É no Inverno que se executam a maioria das podas das vinhas, árvores e outras espécies de plantas. É nesta época do ano que a importância da poda assume um papel determinante para garantir que as plantas estejam preparadas para a estação primaveril. Em seguida irá saber quais os principais passos para como e quando podar e, ainda algumas técnicas fundamentais.
Porque se deve podar as árvores?
A razão para podar árvores no Inverno, deve-se ao facto de grande parte das plantas se encontrarem em dormência, o que faz que muitos dos galhos e ramos das árvores se apresentem secos. É com a poda que se consegue removê-los e deste modo promover o seu rápido revigoramento, devido a uma circulação da seiva que ocorrerá fácil e direccionalmente para as partes certas da planta.
Outras razões da poda prende-se com a necessidade de fortificar o vigor e fazer a manutenção da planta dentro dos limites de volume e forma adequados. A poda permite ainda equilibrar a planta, facilitar a entrada de ar e luz no seu interior através de uma abertura da copa e da remoção de ramos supérfluos, doentes e não produtivos. É também bastante importante uma vez facilitará a colheita dos frutos assim como as operações de cura dentro do terreno onde estas estão inseridas.
Quando podar?
As épocas de poda no ano, destacam-se em duas: poda seca ou hibernal e poda verde ou de Verão. Concentremo-nos por agora na poda de Inverno e fique a conhecer os principais conselhos que deve considerar.
Podar árvores no Inverno
A poda de hibernal é sem dúvida a época mais comum para podar, tendo o seu inicio quando a queda das folhas. É muito importante não executar esta ação quando as temperaturas forem extremamente baixas, abaixo dos -5ºC, devendo-se mesmo nestas situações suspender os trabalhos.
Macieiras, pereiras, ameixeiras e cerejeiras devem ser podadas em Janeiro e Março;
Damasqueiros e pessegueiros são árvores mais intoleráveis ao frio, devem ser podados antes da fase de rebentação dos gomos de forma a evitar o aparecimento de lesões nos despoletar dos gomos provocados pelas geadas que possam ocorrer tardiamente; porém, deve-se evitar podar demasiado tarde sob o risco de possibilitar quebras no rendimentos, dado que, a grande parte das substâncias importantes para a planta já se encontram nas extremidades acabando por se perderem nos caso em que a poda é realizada muito tarde.
É ainda recomendável fazer uma pausa na poda durante o mês de Fevereiro. No caso das cerejeiras, estas devem ser podadas em Março.
Os Arbustos em forma de funil devem ser podados no mês de Março, para evitar perdas excessivas devido à sua pouca arborescência. Uma excepção a esta regra é a nogueira uma vez que quando podada o seu derramamento na estação primaveril.
Podar a vinha… mas com muito cuidado!
Uma boa época vitivinícola começa na sua poda. A poda implica, necessariamente efetuar cortes na videira. Cortes, sobretudo os de maior dimensão, irão apresentar dificuldade em cicatrizar o que significa uma porta aberta para fungos que atacam o lenho da videira, o que perante condições climatéricas favoráveis ao seu desenvolvimento, provocarão a debilidade das cepas senão mesmo a morte destas.
Falamos de moléstias complexas do lenho da videira, como pó exemplo a Black Dead Arm, o Pé Negro, a Esca, a Eutipiose ou a Doença de Pierce, que estão em propensa progressão em todo o globo vitícola. Contribuem para esta realidade vários fatores, mas dos quais destacamos aqueles que estão diretamente relacionados com a falta de cuidado com a prática da poda.
De modo a reduzir ou até mesmo eliminar prejuízos tão danosos provocados por estas doenças, distinguimos em seguida um número de boas práticas a efetivar quando fazemos a poda da vinha.
Boas Práticas
- É determinante a utilização de tesouras e serrotes bem afiados para assim produzir cortes limpos que ajudem a uma rápida cicatrização.
- Evitar sempre que possível podar a vinha com chuva.
- Deve-se evitar cortes de grande dimensão. Caso seja absolutamente necessário, deve-se aplicar imediatamente uma pasta ou betume isolante, ou até efetuar uma pulverização com produto contra fungos do lenho sobre esses mesmos cortes.
- Caso existam cepas infetadas com doenças do lenho, estas devem ser podadas em primeiro lugar e, com a queima imediata da lenha de poda. Apenas depois efetuar a poda das restantes cepas.
- Não se deve amontoar ou armazenar ao vento e à chuva perto da vinha restos de cepas mortas contaminadas.
- Deve-se escolher as varas de poda e talões mais próximo do eixo do cordão da videira e, praticar cortes tendo em conta que não venham a criar zonas de tecidos mortos que possam prejudicar o normal fluxo de seiva para alimentação dessas unidades.
- Começar a poda pelas parcelas com menor risco e exposição de geadas, deixando para o final, Março, as parcelas mais suscetíveis às mesmas.
Tesouras elétricas ou manuais?
Hoje o mercado, já oferece uma vasta gama de tesouras elétricas bem mais acessíveis. A partir de 199.99€ já existem ofertas com lâminas de qualidade que garantem um corte preciso e com uma autonomia para boas horas de trabalho. As principais diferenças entre elas prendem-se com a capacidade de abertura e corte, a partir dos 25mm até aos 40mm.
Para poda de vinha nova, as tesouras de abertura até 25mm são o suficiente, no entanto para vinha e árvores, já é recomendável uma tesoura com abertura entre 35mm e 40mm.
Outras principais características estão relacionadas com o peso. A partir de 750gr com bateria incluída dispõe de uma tesoura elétrica para vinha com abertura até 25mm e sistema de segurança anti-corte. Existem ainda outras tesouras com maior capacidade de corte e potência que devido ao seu peso oferecem a possibilidade de conectar a bateria a um cabo opcional, para que desta forma use a bateria fora da tesoura o que alivia o seu peso em 250 a 300gr, consoante o peso da própria bateria.
Tesouras sem bateria integrada são uma opção para quem procura uma maior autonomia e uso muito intensivo com elevada capacidade de corte, quer em vinha como em árvore.
As tesouras manuais, sendo de boa qualidade, são uma ferramenta que à partida não podemos excluir, sobretudo pela sua significativa diferença de valor de aquisição, e principalmente quando para uma baixa utilização, dado que uma utilização mais intensiva, provocará mais tarde ou mais cedo problemas de saúde relacionados com os tendões devido ao movimento repetitivo de abertura e fecho da mão.
Poda em árvores com tesoura elétrica.
A poda em árvores com uma tesoura elétrica, devendo esta ter uma boa capacidade de abertura e potência, é hoje um trabalho ainda mais facilitado pelos acessórios para poda em altura que estas oferecem, designadamente extensores que podem ultrapassar os 2 metros de altura, algo que é preponderante para uma poda sempre com os pés bem assentes na terra, evitando subidas às árvores, ganhando-se bastante tempo e, mais importante ainda, eliminando riscos de queda.